De um lado o evangelho, Cristo, o Espírito Santo e muitas bíblias pela casa. Lá estava minha avó materna. Do outro, o candomblé, Orixás, altares e rituais. Com cigarro na mão, lá estava minha avó paterna. Transitando entre esses dois espaços, finquei o pé no evangelho mesmo sem saber que, durante boa parte da minha... Continuar Lendo →
Mariana
Essa criança da foto acima é Mariana, minha afilhada. Ela tem 4 anos e é uma criança negra – vocês perceberam, né? Mariana é criada por mulheres negras: a mãe, a vó, a tia e eu. A nossa casa sempre teve a força e a luta matriarcal, e não somos, nenhuma de nós, elementos desajustados... Continuar Lendo →
“Ai, a Conceição?!” (um caso de racismo acadêmico)
Durante minha trajetória na faculdade, até por volta do 6° período, não tinha acontecido um episódio ou uma situação na qual eu tivesse sofrido racismo de uma forma explícita. Não que o meio acadêmico seja um espaço maravilhoso e acolhedor para negras e negros, o que, definitivamente, ele não é. Nem me refiro àquelas situações... Continuar Lendo →
Crespo é identidade. Crespo é resistência (parte II)
Eu terminei o ensino médio e fui direto para um trabalho como recepcionista. Ter começado a transição nesse momento não foi nada fácil, porque eu trabalhava com a minha imagem também, enfim, eu devia começar de algum lugar. Eu comecei recorrendo ao Beleza Natural – que de “natural” só tem o nome, mesmo. No início... Continuar Lendo →
Crespo é identidade. Crespo é resistência (parte I)
Djaimilia Pereira de Almeida conta em Esse cabelo a história de um cabelo crespo que surge depois de um primeiro corte, aos seis meses de sua existência. Esse cabelo narra suas aventuras, as relações que se estabelecem pelos fios; ou, em segundo plano, pelos diferentes continentes e/ou pessoas de diferentes etnias. Lendo o livro, mergulhei... Continuar Lendo →
Camae, uma mulher-anjo preta n’“O topo da Montanha”
Dia 26 de abril de 2018, sim, há apenas alguns dias, eu fui ao teatro pela primeira vez. Não poderia ter assistido peça melhor na minha estreia do que O topo da Montanha, com Taís Araújo e Lázaro Ramos. A princípio, o que tenho a dizer é que foi bastante difícil decidir que roupa usar... Continuar Lendo →
Construindo a militância: na periferia e na sala de aula
Escrever este texto foi um grande desafio. Muitas vezes agimos como que mecanicamente e acabamos por não refletir muito sobre o que está por detrás de nossas atitudes, nossas crenças, nossas concepções, nossas escolhas, nossas lutas, nossas apreensões. Crescendo em uma sociedade racista, percebi desde sempre que eu era a outra, a negra. Todo o... Continuar Lendo →
“Nós protagonizamos as nossas próprias histórias”
Se eu soubesse o que eu estou fazendo, eu diria que estou “descolonizando os currículos”, como nos ensina a nossa ministra e professora mineira Nilma Lino Gomes (2012). Dessa forma, como num passe de mágica, a minha narrativa se fez visível e as pessoas se emocionaram. Não, pera! Esse é o discurso deles, porque nós... Continuar Lendo →
A invisibilidade da militância periférica
Para iniciar esse texto, encontrei uma dificuldade considerável, por dois motivos: não é algo simples falar de uma militância orgânica dentro da periferia, primeiramente, porque o assunto não é muito falado – há pouquíssimo interesse, quase nenhum, em saber como a periferia tem sobrevivido; além disso, porque é algo que me constitui como indivíduo, e... Continuar Lendo →